domingo, 21 de junho de 2015

A MEDICINA DO CONDOR


O Condor é um dos filhos do Sol para os nativos do Peru. Representa o Mundo Superior, a capacidade de elevação. O simbolismo do Condor e sua medicina, nos ensina a perceber a vida a partir de uma perspectiva mais elevada.

A energia do Condor é um poderoso guia que nos ensina a planar acima das circunstâncias Diárias que ocupam nossa atenção. A visão do Condor nos auxilia enxergar com clareza o nosso passado e ter uma visão assertiva acerca do nosso futuro.






Na força do Condor compreendemos de onde viemos e para onde estamos indo.

O Condor voa a partir da costa à grandes alturas. 
Seu voo majestoso  nos remete ao equilíbrio e controle, representando o espírito do Pai Sol, assim como a Águia representa WakanTanka (o Grande Espírito).
Simbolizando o elemento ar, suas asas e penas significam um impulso para cima e seu voo é uma metáfora para a ascensão e liberdade.








Para alcançar o estado do Condor, devemos primeiro examinar a nós mesmos rompendo com formas antigas de pensar e agir. Precisamos aprender com a serpente a "trocar de pele" e com o Puma a ter controle e estabilidade.
Para os antigos Incas, o condor era uma divindade especial ligando Hanan Pacha* com Kai Pacha*.
Vive nos penhascos íngremes de gelo, que abriga o Apus, espíritos protetores das montanhas. 





Por isso, para os nativos ele é também o guardião dos espíritos. O condor é responsável por guardar e guiar o espírito de um falecido para Hanan Pacha (mundo superior).









* Nota: Leia abaixo sobre a Cosmovisão Inca.


sábado, 20 de junho de 2015

XAMANISMO ANDINO - A COSMOVISÃO INCA



A Cosmovisão é o conceito e interpretação que uma cultura tem acerca do mundo que a rodeia. 

A cosmovisão andina (Inca) tem traços particulares sobre o conceito de tempo e espaço. Para eles o tempo não é linear e sim cíclico, em uma sucessão constante de períodos de caos (desordem) e de cosmos (ordem) no mundo.

Para os antigos Incas o espaço era concebido em dois níveis diferentes: horizontal e vertical. 
No Plano Horizontal, os Incas enxergavam o mundo de maneira dual: hanan e hurin (em cima e abaixo) .

Essas metades eram divididas  por sua vez, em outras duas, dando origem , dando origem a quatro. Esta divisão era entendida como complementaridade, oposição e reciprocidade. 







Da mesma forma que, no Nível vertical, o espaço estava dividido em três planos:

1 - HANAN PACHA  ( ou Hana Pacha) - O mundo "de cima". Plano celestial ou supra terrenal. O mundo celestial e somente as pessoas justas podiam entrar nele. A tradição Inca define Hanan Pacha como o Mundo Superior onde habitam os Deuses (Viracocha ou Wiracocha, Inti, Mama Quilla, Pachamac, Mama Cocha, etc...)
2 - KAI PACHA -  O mundo do presente, o "aqui". Na Cosmovisão Andina, Kay Pacha é o nome do mundo terreno (o plano material), onde os seres humanos vivem.
3- UKU PACHA (o  mundo "de baixo", o mundo dos mortos): na mitologia andina, Uku Pacha estava abaixo do mundo. Era o mundo dos mortos, das crianças "não nascidas" e tudo o que estava por baixo da superfície da terra ou do mar. As fontes , grutas ou outras aberturas de superfície da terra foram consideradas as linhas de comunicação entre o Uku Pacha e Kay Pacha .




Nota: Na língua quíchua PACHA quer dizer às vezes tempo e espaço.